O Brasil possui a quinta maior taxa de feminicídios do mundo. No ano passado, 536 mulheres foram agredidas por hora, segundo dados do Fórum de Segurança Pública. E a violência contra a mulher não é só física. A Lei Maria da Penha, de 2006, classifica os tipos de abuso contra a mulher nas seguintes categorias: violência patrimonial, violência sexual, violência física, violência moral e violência psicológica.
Em fevereiro de 2019, a pedido do Fórum de Segurança Pública, o Datafolha ouviu mais de 1000 mulheres sobre violência contra elas. Os dados mostram que 42% disseram já ter sofrido agressão dentro de casa. Os principais agressores: cônjuges e namorados, responsáveis por quase 24% dos casos. O número de notificações de violência física contra mulheres causadas por seus cônjuges ou namorados, segundo o Ministério da Saúde, quase quadruplicou de 2009 a 2016 em todo o país.
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De acordo com um estudo promovido pela Universidade Federal do Ceará – PCSVDFMulher – Violência doméstica contra a mulher e o impacto no trabalho – cerca de R$64 milhões são perdidos em razão de absenteísmo (faltas ao trabalho) causado pela violência doméstica contra as mulheres nas capitais nordestinas.
Neste cenário, Instituto Vasselo Goldoni, Instituto Maria da Penha e Talenses com apoio institucional da LEVEE, Demarest e CMI Business Transformation e ONU Mulheres iniciam a maior pesquisa no Brasil com objetivo de compreender o posicionamento das empresas em relação à temática da violência contra mulher.
A pesquisa foi anunciada durante uma coletiva de imprensa com a presença de Maria da Penha Fernandes, presidente do Instituto que tem o seu nome, sobre a instalação e funcionamento da primeira Unidade do Instituto em Pernambuco.
Rota VCM – Vida, Coragem, Mulher
A pesquisa faz parte da iniciativa de quatro mulheres: Edna Vasselo Goldoni (IVG), Maria Helena Bragaglia (Demarest) e Maristella Iannuzzi (CMI) e Ivana Mozetic (LEVEE), que estão à frente de projetos de empoderamento feminino em suas organizações, e criaram A Rota VCM – de Vida, Coragem, Mulher, iniciais que significam a transformação de violência contra a Mulher.

Para a VP de Marketing da LEVEE Ivana Mozetic, a dependência financeira é um dos principais fatores que mantém mulheres em situação de vulnerabilidade e em relacionamentos abusivos.
“É por isso que essa também é uma responsabilidade das companhias. Precisamos aumentar a consciência das empresas sobre sua responsabilidade no combate à violência e começarmos a entender e atuar sobre o tema, do ponto de vista corporativo”, salienta.
Plataforma da Rota, na luta contra violência e assédio a mulher, voltada para Departamentos de Recursos Humanos
Os dados servirão como base para o lançamento de uma plataforma viva para compartilhamento de informações e conhecimento. A ideia é aumentar a conscientização das empresas em relação ao tema e convocar o empresariado brasileiro a serem agentes de mudança na sociedade.
As perguntas do estudo serão enviadas para mais de 10 mil RHs do Brasil das bases de clientes da LEVEE e da Talenses, empresa parceira que fará tudo sem custos, e abordarão as políticas de promoção de equidade, empoderamento, quantidade de mulheres trabalhando nessas empresas, além de políticas para combater o assédio e ações para apoiar funcionárias vítimas de violência.
A plataforma reunirá em um único local todas as informações hoje pulverizadas e terá seu foco principal no apoio aos profissionais de Recursos Humanos e gestores de empresas que tem que lidar com este tipo de situação sem suporte algum.
Organizadas por área de interesse que serão chamadas de pílulas, a plataforma reunirá as informações mais relevantes que uma vítima, um familiar, um amigo e principalmente uma liderança empresarial precisam saber para ajudar uma mulher nessa situação.
A temática da violência contra a mulher é especialmente importante no Brasil. Por isso, somente uma ação combinada entre público e privado e ONGs conseguirá algum tipo de progresso neste sentido.
Durante a semana passada também foi dado um importante passo em direção a proteção das mulheres contra a violência no estado de Pernambuco, no qual o governo do Estado cedeu parte do prédio da Secretaria do Trabalho para a instalação do Instituto Maria da Penha, que contou também com a doação do mobiliário pela Bradesco Seguros e apoio da Hinode e Neo Energia.
Veja repercussão na mídia:
https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/vidaurbana/2019/09/sob-aplausos-maria-da-penha-inaugura-seu-instituto-no-recife.html
https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2019/08/30/todosporelas-projeto-oferece-cursos-profissionalizantes-para-mulheres-vitimas-de-violencia-domestica.ghtml